Eu tenho! E certamente muitos responderiam que sim. Outros não estão nem aí... Como pode?! Pois pode sim...
Ontem aconteceu uma cena que me levou a refletir. Havia uma senhora de uns sessenta e poucos anos lavando a calçada de sua casa distraidamente, em frente ao meu trabalho. Ela parecia estar pensando na vida, enquanto segurava a mangueira que derramava uma enxurrada de água que ia diretamente ao bueiro. È claro que isso me chamou a atenção, e eu comentei com uma amiga, que não se conteve e resolveu ir falar com a mulher:
- Senhora, vamos economizar água -disse educadamente a minha amiga- A senhora pode varrer com uma vassoura e...
-O quê?! – respondeu asperamente a mulher, achando que estava tomando um pito.
Minha amiga então tentou se explicar:
-Desculpe, eu estou querendo dizer...
- Você devia falar é com essa gente que deixa o cachorro fazer cocô na calçada!!- interrompeu a dona e virou de costas, continuando com seu desperdício “deslavado”, como se tivesse toda a razão do mundo.
Minha amiga olhou para mim desoladamente:
- Ela não entendeu nada...
Parece impossível que, com tantas campanhas, tanta gente falando nisso, alguém possa não entender... Mas eu entendo da seguinte forma: eu acredito nas novas gerações!
A nossa geração - eu quero dizer a minha, que está na faixa dos quarenta anos, mais as anteriores e as de trinta, começaram a ouvir falar neste papo agora, e tudo isso é novo. Nós vivemos até hoje uma vida de desperdícios, e culminamos com um consumismo total. Isso vai na contra-corrente do discurso de preservação e vida mais simples. Quem fazia isso era minha bisavó! E toda essa gente que habita esse mundão hoje, está perdido entre a abundância, a globalização, o consumo, o crédito, e agora vem falar pra parar tudo que o mundo vai “fritar”??? Não é todo mundo que entende ou aceita isso, e toma a atitude de “não é comigo”, ou “ deixa pros mais jovens resolverem”.
Na verdade é isso mesmo. Quem vai resolver essa pendenga é a geração que vem chegando, que vai aprender a andar, a falar e a preservar como parte de um todo. Eu acredito que essa visão apocalíptica da Terra ferver num caldeirão vai fazer com que uma nova atitude se incorpore na vida cotidiana do planeta. Novas mentes brilhantes vão surgir, vão encontrar soluções para o desmatamento, a falta d’agua, o lixo acumulado, as usinas de energia, o petróleo, o combustível e a fome no mundo. Tudo vai dar certo. Só que nós, da “velha guarda”, não podemos ser lembrados como os quase-destruidores-do-mundo,! Podemos, sim dar exemplos bons, pois temos as recordações das nossas bisavós, e o dever de ensinar as nossas crianças. Por isso, é bom insistir em convencer as “ lavadeiras de calçada” sim , e começarmos a pensar em adotar uma vida mais simples e cuidar do que é de todos!!!
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