Neste ultimo feriado recebemos um convite de uma amiga: “ – Vamos fazer a trilha até o pico do morro dos Itatins?”
Aquele convite me pegou de surpresa- há muitos anos que eu não faço esta trilha, não sabia se iria ter disposição suficiente. A princípio fiquei bem indecisa, mas logo me decidi a encarar o desafio. Como diante de um fato novo cada um tem uma reação diferente, no restante da turma houve quem aceitasse o convite sem pestanejar, com muita animação, e houve quem ficasse em dúvida até o ultimo momento. Também teve quem fizesse mil perguntas, querendo saber de cada detalhe do percurso antes de tomar a decisão.
Na manhã de domingo, o dia parecia perfeito para a nossa aventura: temperatura amena, dia claro, céu azul sem nuvens. Nosso alvo- o morro dos Itatins- parecia mais verde que nunca, convidativo, sedutor, apaixonante!
No sopé da montanha nosso grupo se uniu para uma foto- todos alegres na expectativa do longo caminho que teríamos pela frente: uma trilha de 2,5 km e 600m de altitude. Na mochila, levamos água, alimentos, doces e uma corda; na alma levamos a coragem, o equilíbrio, força, determinação e a fé de que Deus nos acompanharia em todo o percurso. E aí começa a nossa aventura pela estrada da vida...
Logo no início da trilha, pudemos observar que seria um caminho árduo, não tão fácil assim. Começamos a andar em um ritmo mais lento, observando a natureza ao redor e andando com cautela, como um bebê que aprende os primeiros passos- afinal estávamos num terreno desconhecido.
Olhando para cima, percebemos o quanto seria difícil. Assim, foi mais prudente voltar os olhos para o chão firme e cuidar de um passo de cada vez, colocando os pés em lugar seguro, às vezes foi necessário encontrar raízes profundas para se agarrar e em outras vezes, foi preciso se escorar em troncos sólidos e fortes. Em algumas ocasiões necessitamos de uma mão estendida para nos puxar para cima. Assim também passamos pelas dificuldades da vida necessitando de raízes profundas, como a família, a fé, a educação; e troncos sólidos como o conhecimento, a informação, o trabalho, o caráter, e sobretudo da mão amiga estendida- não podemos viver sozinhos.
Alguns tropeções ocorreram- o jeito foi se levantar, afastar a poeira e continuar. Em certos momentos, foi preciso parar, enfrentar a vontade de desistir, respirar fundo e avançar para frente.
Houve um momento em que o caminho se fez mais perigoso, mais íngreme, de difícil acesso- foi a hora do grupo se unir, de usar a corda, de se dar as mãos e assim, juntos conseguimos vencer o obstáculo. Mas ainda faltava muito chão pela frente...
Pude observar que o caminho todo é maravilhoso: lindo, fresco, um cheiro gostoso de mato, um visual incrível de cores de todos os tons de verde, o colorido das flores, lindas bromélias, o som do canto dos pássaros e das folhas se movendo ao vento. Todos os nossos sentidos são estimulados por tantas maravilhas, e sabemos que o Criador se faz presente em cada cantinho desta magnífica paisagem. Porém, nos trechos mais difíceis, não víamos nada disso; a beleza do lugar passava despercebida pois nossa atenção se voltava às dificuldades. Mas tudo estava lá!
Durante a trilha, os mais experientes, mais jovens e os mais atletas se adiantaram na frente, e desafiavam os mais lentos (“- os panelas ficaram para trás...”); mas isso não serviu de intimidação. O importante era chegar lá, mesmo que fosse por último!!!
E assim fomos indo, ultrapassando obstáculos, desbravando estradas, se maravilhando com as belezas do caminho, se divertindo em vários momentos, compartilhando experiências, passo a passo, até que finalmente, chegamos ao pico. E – vamos falar a verdade – VALEU A PENA!!!. A paisagem é maravilhosa, de tirar o fôlego! Uma grande recompensa nos esperava!
Paramos então para usufruir do momento, curtir a vitória,a conquista da meta, a chegada ao topo! Foi também o momento de relaxar, de repor as energias, se deliciar com a paisagem, repensar a nossa vida, organizar idéias, registrar o momento.
Mas a conquista da meta não é o fim do caminho. Devemos continuar... E assim nos preparamos para a volta.
A segunda etapa do caminho nos trás a vantagem da experiência da subida, mas também nos pede mais responsabilidade: por ser mais perigoso, temos que guiar as crianças em segurança, e o dever de protegê-las. Além disso, o corpo mais cansado, com menos disposição exige muito mais cautela em cada passo. Aí, vale mais a experiência do que a força, vale mais a sabedoria do que o viço,não há mais a empolgação de chegar ao pico, mas a certeza de que a caminhada deve continuar até o fim.
Durante o caminho, nos deparamos com um grupo que descia numa disparada. Irresponsáveis, não davam importância ao perigo, desafiando a sorte numa desabalada correria. Tentamos alertá-los, mas não deram ouvidos,e acabaram por deixar um companheiro deles para trás. Há pessoas que passam pela vida num atropelo, não se importam com as conseqüências dos seus atos e nem com o companheirismo. Passam sem perceber a beleza da vida, sem se dar conta de onde estão. Simplesmente passam correndo.
Em certo momento, alguém percebeu que estávamos trilhando pela estrada errada. Não queríamos acreditar: parecia mais fácil avançar mesmo com o risco de nos perder. Mas realmente chegamos no “fim da picada”. Mesmo a contra gosto, tivemos que olhar para trás e retroceder. Quantas vezes isso acontece na nossa vida! E em quantas temos a coragem de retornar e tomar o rumo certo? Mas depois, parece que o caminho fica mais claro e dá um alívio no coração, mesmo com o temor do que poderia ter acontecido se não voltássemos atrás.
Alguns escorregões são normais na estrada, assim como arranhões e ferimentos. Uns deixam cicatrizes para sempre, outros nem serão mais lembrados.
E assim fomos nos aproximando do destino final. Caminhando, nos ajudando, um dando força ao outro. Com o corpo cansado, as pernas enfraquecidas, dores musculares, o cansaço da longa caminhada, chegamos ao fim. Vitoriosos, guerreiros, corajosos. Com o coração em PAZ, pela MISSÃO CUMPRIDA!!!
Qualquer semelhança com a vida não é coincidência!!!
Participaram desta aventura:
Flavia ( a amiga que fez o convite), Agnaldo
Lucimara( da turma dos atletas), Luiz
Lu ( da turma dos “panelas” ), e Geraldo,
Dadi, Ricardo
As crianças: Miguel (10 anos), Vitor (7 anos) e Daniel (8 anos)
E Eu- Claudia a mais “panela “de todos, cheguei por ultimo e com o pé torcido)
Aquele convite me pegou de surpresa- há muitos anos que eu não faço esta trilha, não sabia se iria ter disposição suficiente. A princípio fiquei bem indecisa, mas logo me decidi a encarar o desafio. Como diante de um fato novo cada um tem uma reação diferente, no restante da turma houve quem aceitasse o convite sem pestanejar, com muita animação, e houve quem ficasse em dúvida até o ultimo momento. Também teve quem fizesse mil perguntas, querendo saber de cada detalhe do percurso antes de tomar a decisão.
Na manhã de domingo, o dia parecia perfeito para a nossa aventura: temperatura amena, dia claro, céu azul sem nuvens. Nosso alvo- o morro dos Itatins- parecia mais verde que nunca, convidativo, sedutor, apaixonante!
No sopé da montanha nosso grupo se uniu para uma foto- todos alegres na expectativa do longo caminho que teríamos pela frente: uma trilha de 2,5 km e 600m de altitude. Na mochila, levamos água, alimentos, doces e uma corda; na alma levamos a coragem, o equilíbrio, força, determinação e a fé de que Deus nos acompanharia em todo o percurso. E aí começa a nossa aventura pela estrada da vida...
Logo no início da trilha, pudemos observar que seria um caminho árduo, não tão fácil assim. Começamos a andar em um ritmo mais lento, observando a natureza ao redor e andando com cautela, como um bebê que aprende os primeiros passos- afinal estávamos num terreno desconhecido.
Olhando para cima, percebemos o quanto seria difícil. Assim, foi mais prudente voltar os olhos para o chão firme e cuidar de um passo de cada vez, colocando os pés em lugar seguro, às vezes foi necessário encontrar raízes profundas para se agarrar e em outras vezes, foi preciso se escorar em troncos sólidos e fortes. Em algumas ocasiões necessitamos de uma mão estendida para nos puxar para cima. Assim também passamos pelas dificuldades da vida necessitando de raízes profundas, como a família, a fé, a educação; e troncos sólidos como o conhecimento, a informação, o trabalho, o caráter, e sobretudo da mão amiga estendida- não podemos viver sozinhos.
Alguns tropeções ocorreram- o jeito foi se levantar, afastar a poeira e continuar. Em certos momentos, foi preciso parar, enfrentar a vontade de desistir, respirar fundo e avançar para frente.
Houve um momento em que o caminho se fez mais perigoso, mais íngreme, de difícil acesso- foi a hora do grupo se unir, de usar a corda, de se dar as mãos e assim, juntos conseguimos vencer o obstáculo. Mas ainda faltava muito chão pela frente...
Pude observar que o caminho todo é maravilhoso: lindo, fresco, um cheiro gostoso de mato, um visual incrível de cores de todos os tons de verde, o colorido das flores, lindas bromélias, o som do canto dos pássaros e das folhas se movendo ao vento. Todos os nossos sentidos são estimulados por tantas maravilhas, e sabemos que o Criador se faz presente em cada cantinho desta magnífica paisagem. Porém, nos trechos mais difíceis, não víamos nada disso; a beleza do lugar passava despercebida pois nossa atenção se voltava às dificuldades. Mas tudo estava lá!
Durante a trilha, os mais experientes, mais jovens e os mais atletas se adiantaram na frente, e desafiavam os mais lentos (“- os panelas ficaram para trás...”); mas isso não serviu de intimidação. O importante era chegar lá, mesmo que fosse por último!!!
E assim fomos indo, ultrapassando obstáculos, desbravando estradas, se maravilhando com as belezas do caminho, se divertindo em vários momentos, compartilhando experiências, passo a passo, até que finalmente, chegamos ao pico. E – vamos falar a verdade – VALEU A PENA!!!. A paisagem é maravilhosa, de tirar o fôlego! Uma grande recompensa nos esperava!
Paramos então para usufruir do momento, curtir a vitória,a conquista da meta, a chegada ao topo! Foi também o momento de relaxar, de repor as energias, se deliciar com a paisagem, repensar a nossa vida, organizar idéias, registrar o momento.
Mas a conquista da meta não é o fim do caminho. Devemos continuar... E assim nos preparamos para a volta.
A segunda etapa do caminho nos trás a vantagem da experiência da subida, mas também nos pede mais responsabilidade: por ser mais perigoso, temos que guiar as crianças em segurança, e o dever de protegê-las. Além disso, o corpo mais cansado, com menos disposição exige muito mais cautela em cada passo. Aí, vale mais a experiência do que a força, vale mais a sabedoria do que o viço,não há mais a empolgação de chegar ao pico, mas a certeza de que a caminhada deve continuar até o fim.
Durante o caminho, nos deparamos com um grupo que descia numa disparada. Irresponsáveis, não davam importância ao perigo, desafiando a sorte numa desabalada correria. Tentamos alertá-los, mas não deram ouvidos,e acabaram por deixar um companheiro deles para trás. Há pessoas que passam pela vida num atropelo, não se importam com as conseqüências dos seus atos e nem com o companheirismo. Passam sem perceber a beleza da vida, sem se dar conta de onde estão. Simplesmente passam correndo.
Em certo momento, alguém percebeu que estávamos trilhando pela estrada errada. Não queríamos acreditar: parecia mais fácil avançar mesmo com o risco de nos perder. Mas realmente chegamos no “fim da picada”. Mesmo a contra gosto, tivemos que olhar para trás e retroceder. Quantas vezes isso acontece na nossa vida! E em quantas temos a coragem de retornar e tomar o rumo certo? Mas depois, parece que o caminho fica mais claro e dá um alívio no coração, mesmo com o temor do que poderia ter acontecido se não voltássemos atrás.
Alguns escorregões são normais na estrada, assim como arranhões e ferimentos. Uns deixam cicatrizes para sempre, outros nem serão mais lembrados.
E assim fomos nos aproximando do destino final. Caminhando, nos ajudando, um dando força ao outro. Com o corpo cansado, as pernas enfraquecidas, dores musculares, o cansaço da longa caminhada, chegamos ao fim. Vitoriosos, guerreiros, corajosos. Com o coração em PAZ, pela MISSÃO CUMPRIDA!!!
Qualquer semelhança com a vida não é coincidência!!!
Participaram desta aventura:
Flavia ( a amiga que fez o convite), Agnaldo
Lucimara( da turma dos atletas), Luiz
Lu ( da turma dos “panelas” ), e Geraldo,
Dadi, Ricardo
As crianças: Miguel (10 anos), Vitor (7 anos) e Daniel (8 anos)
E Eu- Claudia a mais “panela “de todos, cheguei por ultimo e com o pé torcido)